domingo, 20 de novembro de 2016

Cap. 07 - Bem vindo Jaker

Ele resolveu...

... sumir da cidade e jurar morte à Paduaq, porém quase que na mesma situação que eu, ele não tinha força suficiente para enfrentar-lo. Com olhos cheios de lagrimas, transbordando e umedecendo levemente suas bochechas, levou a mão ao rosto secando as gotículas escapadoras e  disse que preferia ter morrido, ao invés de passar vergonha e carregar aquilo pelo resto da vida. Sabendo que seria quase impossível se vingar de alguém com tanto poder como tinha o Paduaq. Momentos depois ele pronunciou diversas vezes palavras mágicas que curaram levemente sua vida, até que ficasse totalmente saudável. 

Rodeados de inúmeras pessoas, Katdeen e eu apenas observamos ele se dirigir até o baú com fechadura que lhe pertencia, encheu sua mochila com alguns suplementos e itens, pegou também uma certa quantia em moedas de platina, com uma péssima postura e totalmente cabisbaixo se dirigiu até a saída do depósito. Se despediu da gente e disse que iria mudar de cidade, morar em Carlin. Eu não fazia ideia de que cidade era, onde ficava e o que havia lá. 

Murlock - "Que cidade é essa?" - Olhando fixamente nos olhos dele.

Actus - "Se localiza ao noroeste do continente, é uma cidade liderada pela Rainha Eloise e governada por suas subordinadas valquírias." - Desviando o olhar para o lado - "Homens tem poucas influencias lá."  

Murlock - "E como você vai até lá?" - Botando a mão no queixo e logo em seguida coçando a cabeça.

Actus - "Caminhando demora aproximadamente 7 dias, eu vou de barco, assim demora apenas 12 horas." - Com um semblante mais leve.

Murlock - "Ok, podemos ir com v.." - Fui interrompido antes que eu concluísse.

Actus - "Não podem, para ter permissão e pagar uma passagem de navio, você deve ser considerado importante, de tempo em tempo pagando uma taxa aos deuses." - Exibindo um sorriso sem graça.

Murlock - "Tudo bem, eu pago!"  - Sorrindo inocentemente como uma criança que avista um doce.

Actus - "Vocês acabaram de chegar de Rookgaard, não têm dinheiro pra isso. Aconselho a irem ao templo ancião, caçar algumas criaturas e se tornarem mais fortes, só assim vocês vão conseguir dinheiro para ter capacidade de viajar de barco para outras cidades." - Sem muito sorriso e dando alguns tapas no meu ombro e passando a mão na cabeça de Katdeen.

Virou de costas e sentido ao oeste do depósito iniciou uma pequena caminhada a passos lentos e cabisbaixo, minutos depois sumiu da nossa visão. Katdeen e eu sentimos obrigação de ajudar Actus, quem me ajudou muito na ilha de Rookgaard e novamente hoje contra o ciclopes. 

O sol já estava se retirando e a lua a exibir-se, Katdeen e eu coletamos informações com diversas pessoas para descobrir sobre o templo ancião. Templo Ancião é um enorme conjunto de túneis que dão acesso a diversas cavernas e sua entrada se localiza próximo ao portão do norte da cidade de Thais. Passamos a noite pelo depósito mesmo, a fim de partirmos pela manhã.

Esperamos o dia amanhecer, estocamos água e alimentos e fomos em direção à saída do norte, passamos pelo grande portão da fortaleza e pela ponte levadiça, o cheiro já era bem diferente, o ar mais fresco e puro e a paisagem mais verde, bem próximo dali encontramos a entrada dos túneis que ficava dentro de uma casinha de cor clara que tinha uma porta aberta. 

Iluminada com um par de tochas, descemos pelas escadas e encontramos algumas bacias com carvão em brasas e outra escada pra descer novamente. Assim que descemos vimos um cenário bem construído  e com bons acabamentos, parecia uma cidade subterrânea, o ambiente já não era tão fresco e agradável como no térreo. No mesmo momento Katdeen olhou para mim com uma cara de poucos amigos e reclamou do calor. 

Haviam dois caminhos,  norte e sul,  andamos para o sul, o caminho de pisos terminaram emendados por terra e lama, atravessamos por uma porta aberta e o cenário já estava totalmente diferente, se denunciava um corredor de caverna típica, muito mal iluminado inclusive,  um pouco mais a frente encontramos uma pequena sala com diversos caminhos diferentes e alguns corpos de orcs e um homem vestido com uma roupa azul, um semblante fechado, esbanjando olhos acostumados a violência, se mostrando bem autoritário, imediatamente gritou com nós dois dizendo pra voltarmos, melhor equipado que nós e também parecia ser muito mais experiente. 

Gravei aquele rosto. Preferimos não arriscar, demos meia volta e fomos ao norte. Seguindo ao norte, nós achamos um lugar magnífico, era uma enorme sala com várias pilastras e um super buraco no centro, o que nos proporsionava visão dos andares abaixos, dessa sala podemos ver lá em baixo algumas criaturas diferente, ainda não identificáveis pela distância e pouca claridade, no centro daquele ambiente havia uma construção bem iluminada no topo, que era no mesmo nível de altura de onde estávamos.

Bem pouco mais ao norte encontramos dois lances de escadas que davam acesso ao andar que tinha aquelas criaturas. A cada lance que desciamos o cheiro ficava horrível e o clima mais denso e pesado. Não chegamos nem a pisar direito no chão e já vieram eles, eram um tipo de vermes podres, com boca redonda e dentes afiados preenchendo por completo a boca, um cheiro de estragado, tinha um pouco menos que um metro de altura, assim batendo no alcance da minha cintura. Meio curvado pra baixo, defendi o primeiro ataque que veio como uma cobra dando bote, porém mais lento e mais pesado, baixo para cima. Revidei com minha Rapier num golpe sentido diagonal de cima pra baixo, mas sem sucesso pois aquele invertebrado defendeu mordendo minha espada, prendendo-a na boca. Ouço um "Zarp", numa flechada de pouca distância e a minhoca podre desviou com uma certa destreza, mas teve que soltar minha espada. Olhei para trás e vi Katdeen guardando o arco na mochila e botando a mão no nariz, prendendo a respiração. De longe, lentamente já vinha outra delas. Dei uma porrada com meu escudo na fuça da minhoca podre, deixando-a atordoada e segurei minha espada de cabeça pra baixo, saltei e finquei de cima pra baixo, colorindo de vermelho aquele estreito corredor. Fiquei um pouco mais experiente e senti aquela sensação maravilhosa, porém antes que eu conseguisse soltar minha espada da primeira morta, a outra chega dando um super bote, alcançando meu pescoço, fez uma enorme ferida, larguei meu escudo e fiz pressão na ferida, eu estava perdendo muito sangue. Kat teve uma excelente reação, antes que o monstrinho caísse no chão, lançou uma bela flecha dentro da boca dela e prendendo-a a parede, agora por sua vez, Kat fez uma expressão facial de prazer. Aparentemente não vinha mais nenhuma delas, então me sentei no chão apertando muito a ferida, certamente não me causava risco de morte, no entanto me enfraqueceu, além da dor que causava. 

Em menos de uma hora e depois de uma pequena pausa pra comer e alguns beijos na Kat, eu já havia me recuperado, lancei alguns feitiços para iluminar o ambiente e seguimos o caminho a dentro. Passamos por um largo corredor cheio de pedras por todos os lados e a cima da nossa cabeça também, o cheiro já deixava de ser tão podre, vimos que havia um pequeno caminho escuro para o lado esquerdo, mas seguimos a diante.

Logo mais a frente achamos uma pedra gigante quase obstruindo o caminho e completamente em volta dessa pedra tinham umas pequenas aranhas babando uma gosma verde pela boca, elas se movimentavam bem depressa e todas ao mesmo tempo pularam em nossa direção! Porém sem muita dificuldade nós conseguimos aniquilar-las. Eu levei algumas picadas e não acreditei, elas pareciam tão inofensivas e frágeis, mas eram venenosas. Por um segundo senti falta das cobras de Rookgaard.

Sem muitas pausas, passamos por aquela pedra gigante e mais a frente avistamos apenas um caminho pra esquerda e algumas vozes grossas já atiçaram minha imaginação do que poderíamos encontrar. Assim que viramos a esquerda, as paredes já estavam um pouco iluminadas, uma claridade que vinha de um outro corredor da direita, e as vozes vinham ficando mais altas e mais nítidas, porém ainda incompreensível. Nos escoramos na parede, com o objetivo de espiar o que iríamos encontrar. E era exatamente o que eu esperava. ORCS! Porém nem todos eram iguais! 

Além dos que a gente já conhecia, vimos outros dois, um vestido de azul segurando uma lança e outro um pouco bem equipado com escudo redondo e de sabre empunhada. Eram quatro deles e dois da gente. Estavam sentados conversando ao redor de uma fogueira. Furtivamente Katdeen puxou uma flecha, preparou o ataque, respirou fundo e acertou a testa do orc lanceiro, que caiu largado de cara no chão. Os outros três se levantaram, os dois orcs vieram na nossa direção enquanto o orc guerreiro ficava de longe dando ordens, deu um pequeno salto pra frente e  com apenas um golpe circular na altura da gargada eu decapitei os dois. O guerreiro esboçou um temor, porém sem muita opções, veio em nossa direção. Antes que ele se aproximasse, Kat lançou suas flechas, que foram bloqueadas pelo escudo, ele se aproximou, jogou a sabre para as costas com a intenção de um ataque de cima pra baixo, porém antes que ele completasse o movimento eu enfiei minha Rapier na garganta dele. O derrubando como uma árvore cortada e empoçando o chão de sangue.

Fuçamos todos aqueles cadáveres de orcs, coletamos algumas moedas de outro, entre outras coisas. Andamos por mais ou menos 10 minutos e nada de diferente surgia, até o momento que vimos um caminho pra direita, uma iluminação vermelha surgia de lá. Quando nos aproximamos, nós ouvimos passos bem leve, suavemente, como passos de uma criança que ainda não tinha completado seus 15 anos de idade. Daquele misterioso caminho também vinha um vapor extremamente quente, encostado na parede, lancei olhares a fim de saciar minha curiosidade sobre aquele calor e aquela iluminação avermelhada. Enquanto Kat ficava logo atrás de mim, eu pude ver de longe uma pequena criatura vermelha de costas. Tentando identificar o que era, mais parecia um demônio mirim, segurando um tridente e se entretendo lavas de vulcão que o rodeava. Mas tudo estava tão maravilhosamente bem, até que aquele vapor e aquele calor me fez espirrar: "AAATCHIM",

Ele ouviu, se virou e revelou-se por completo, realmente era um demônio de fogo, contendo apenas dois dedos com enormes unhas em suas patas de cabra, suas pernas eram curtas, porém seus braços longos e haviam aparentemente mais que cinco dedos nas mãos, todos com unhas que chegavam a curvar-se como caracol. Andando lentamente, ele não se aproximou por completo, apontou seu tridente em minha direção e uma pequena explosão de fogo surgiu ao meu redor, me queimando! Não tive reação, fiquei enfraquecido com aquilo e a única coisa que poderia fazer era correr, corri! Ele veio atrás de mim, obviamente, segurando o tridente em uma mão e na outra uma pedra branca pronta pra encanta-la, e o fez, proferiu uma palavras mágica e uma runa vermelha surgiu em sua mão, ele lançou em mim, esse fogo sim era mais potente, uma enorme bola de fogo surgiu ao meu redor, eu já estava bem fraco e correndo ainda, mas para polpar a vida da Kat eu fui em direção oposta á ela. Ele veio atrás de mim, ficando de costas pra ela, ela depressa porém bem calmamente, preparou sua flecha, respirou fundo e "Zaarp". E ao mesmo tempo que ele lançou uma outra pequena explossão de fogo em mim, me derrubando, Kat acertou o capirotinho na bunda, ele furiosamente se virou, olhou pra ela, aponto o tridente na direção dela e "Zaarp". Uma flechada certeira no braço do filho de satanás, ele largou o tridente no chão e fugiu, voltando ao caminho de lavas.


Kat veio correndo em minha direção, com inúmeras queimaduras pelo corpo todo, eu me apoiei na parede e sentado eu fiquei até me recuperar, nosso receio era que o capirotinho também se recuperasse e voltasse. Mas ainda bem isso não aconteceu. Depois de algumas horas, eu já estava apto a andar, voltamos todo aquele caminho, encontramos outros exploradores andando pela caverna, eles perguntaram nossos nomes, nós dissemos e deram um recado: "Ouvimos rumores que um homem recém chegado na cidade está a sua procura, Murlock!".

Sem que eu pudesse perguntar mais sobre o assunto, eles continuaram a caminhada até sumir na escuridão da caverna. Já era noite e finalmente Kat e eu conseguimos sair do templo ancião, não percebemos quanto tempo ficamos lá dentro, mas saímos mais experientes e fortes, naquela noite mesmo eu ainda fui encontrar o cavaleiro Gregor, na esperança que ele me ensinasse alguma magia de cura.

Após algumas semanas eu fui explorar o norte de Thais, ouvi dizer que pelas montanhas eu poderia encontrar alguns anões. Eram duas pontes até chegar nos anões, naquela tarde ensolarada, assim que desci na primeira ponte ainda, avistei um homem em ar puros, de costas no chão com o escudo erguido que tampava o rosto do rapaz e uma clava largada de lado, um cliclope de costas pra mim, estava prestes a dar o ataque final, correndo desesperadamente preenchido de apreensão, consegui chegar a tempo de impedir aquele ataque, enfiando minha espada na panturrilha daquele gigante, ele largou seu martelo de batalha no chão e levou a mão até o ferimento, com a mesma mão ensanguentada ele tentou me dar um tapão de forma circular, ergui meu escudo e entre meu braço e o escudo eu posicionei minha espada, quando ele me acertou em cheio, furou sua mão, mancando e com minha espada presa a sua mão, ele saiu batido dali. Fiquei sem espada.

Correndo fui amparar aquele sujeito no chão: "Ei cara, tá tudo bem, pode levantar!". Meus olhos não acreditavam no que vi, era o não tão amigo, Jaker. Então falei: "Bem vindo, Jaker!"

Próximo cap.: 08 - Pra mim?

sábado, 12 de novembro de 2016

Cap. 06 - Recepção Calorosa!

Ele jogou o martelo para trás e mirou a gente...


... a única coisa que a gente poderia fazer era fugir, demos alguns passos para trás apenas com esperança de salvar nossas vidas, porém o gigante continuou vindo em nossa direção, quando ouço uma voz feminina gritar de longe : "CADÊ O CICLOPE?", cabelos azuis apareceram virando a mesma esquina e vindo rapidamente, visivelmente bem equipada, segurando um escudo preto com um desenho em vermelho de dragão e uma espada flamejante, se aproximou na altura das pernas daquele ciclope, deu um pequeno salto e disse algo mistico que aparentemente o irritou, atraindo atenção dele e dando a oportunidade para nós nos afastarmos. Katdeen maravilhosamente continuou abraçada a mim. Estávamos tão próximo, rosto com rosto, até que inevitavelmente nos beijamos! 

Com muita coragem, aquela misteriosa mulher duelou com o gigante, eles estavam suando bastante, ela escapando e se defendendo dos ataques que ele proferia e contra atacando sem muito sucesso, visivelmente ela parecia estar exausta e começando a ter mais dificuldades, porém algo negro repentinamente surgiu na cabeça do gigante e subitamente ele despencou morto no chão, empurrando a poeira pra longe e fazendo um barulho de terra batida aumentado em dez vezes, mal podíamos enxergar, mas de longe surge um homem que aparentava ser um feiticeiro, com enormes barbas negras, uma roupa que se assemelha à um saião, se aproximando em uma velocidade nunca vista antes.

A mulher que nos salvou se apresentou como Annabel, ela também era uma cavaleira, porém não tão experiente ao ponto de sozinha abater um gigante. Com poucas feridas em seu braço que segurava o escudo e muito exausta, dei um pouco de meu alimento e água para ela, dona de semblante antipático e uma voz doce, agradeceu, disse para tomarmos cuidado e sem se despedir foi embora.

Quando olho pro lado, aquele feiticeiro já estava do meu lado, com um enorme sorriso e olhos brilhando, fiquei por alguns minutos tentando lembrar de onde conhecia aquele rosto. Ele, Katdeen e eu calados, um olhando para o outro, o silencio era abafado por um leve barulho de vozes distantes, até que minha ficha caiu e euforicamente dei um berro: “ACTUS?!”. Katdeen olhou para mim assustada com uma interrogação no rosto.

Actus - “Oi gente. Sim, sou eu!” - Ainda sorrindo e olhos brilhando como diamantes iluminados ao raiar do dia.

Murlock - “Você está muito diferente, parece muito mais experiente!” - Com olhos arregalados e transbordando felicidade.

Actus - “Sim!” – Rindo, deu uma pequena respirada e estufou o peito - “Você demorou tanto que já sou até feiticeiro mestre, cadê Jaker?”

Murlock - “Jaker ainda está em Rookgaard, é uma longa história... Mas acredito que em breve ele esteja aqui conosco!” – Respondi cruzando os braços.

Katdeen resolveu falar e se meteu na conversa.

Katdeen - “Mur, não vai me apresentar seu amigo?”  - Falando um pouco brava e igualmente linda.

Murlock - “Esse é Actus, quem uma vez salvou minha vida me resgatando de uma caverna lotada de insetos asquerosos.” – Respondi rindo e sem graça.

Katdeen - "E sobre esse gigante? É normal aparecer por aqui?" - Levando a mão ao queixo intrigada.

Actus - "Não, as vezes eles invadem a cidade correndo atrás de pessoas."

Katdeen - "E como ele morreu de repente?"

Actus - "Eu usei uma runa encantada, é a mais poderosa de todas. Ela normalmente trás morte súbita dependendo do usuário."

Murlock - "Você se tornou muito forte então?!"

Katdeen falou algo indescritível e ao mesmo tempo Actus respondeu que sim e sorriu ainda mais, mostrando os dentes sem nenhum pudor, me deu um abraço e boas vindas, um clássico soco (fraco) no braço e falou que poderia sempre contar com ele. Nos convidou para conhecer a cidade e disse que eu precisava aprender algumas magias e primeiramente me levaria a escola de Gregor, o primeiro cavaleiro de todo universo, quem ensina magias entre outras coisas, para os menos experientes, e logo após levaria Katdeen para conversar com Elane, a treinadora de arqueiros que vivia na cidade de Thais.

Seguimos aquela rua e entramos à direita, passamos por alguns cachorros de rua e por um chafariz, haviam muitas construções de diversos tamanhos e com negociantes diferentes, entramos em um edifício que parecia ter uma arena de batalha, subimos a escada e lá estava o Gregor, com sua roupa completamente cinza, incontáveis cicatrizes  pelo corpo inteiro, resultado de batalhas cruéis e dono de uma feição maltratada pelo tempo. Lá fiquei com o Gregor desfrutando de uma super aula de magia, enquanto isso Actus havia ido embora com Katdeen.

Aprendi uma mágia extremamente útil de luz e fui embora sozinho de lá, já estava perto de anoitecer e eu estava desorientado sem conhecer muitas coisas naquela nova cidade, passei pela rua do templo e segui em frente em direção ao oeste, até que encontro aparentemente o centro da cidade, era o lugar onde havia mais pessoas, baús e mesas para trocas, o povo chamava aquilo de depósito, logo em seguida chegaram o Actus e Katdeen. Porém antes que Actus se acomodasse, uma pessoa resolve criar encrenca.

Um sujeito chamado Paduaq esbarrou ombro com Actus sem nenhum motivo aparente, com um olhar estressado e gritando, ofendeu Actus e falou para que saísse do caminho, um olhando para o outro, nariz com nariz, até que Paduaq sacou uma runa de morte súbita e lançou no Actus, que não reagiu muito bem, caiu no chão desmaiado mas ainda respirando. Paduaq deu um sorriso de lado e foi embora. Katdeen chorando e desesperada me ajudou a arrastar-lo para dentro do depósito.

Paduaq era loiro vestido com uma roupa totalmente vermelha, depois de conversar com algumas pessoas eu descobri que ele era uma pessoa muito odiada. Debochado e encrenqueiro como ninguém, brigava com praticamente todos que apareciam por perto. Eu não podia deixar aquilo barato, eu precisava parar ele. Porém eu ainda era muito fraco e ele um dos mais fortes que existia no continente. Mas mesmo assim vou vingar o Actus!

Actus acordou desorientado e pela primeira vez muito puto! Ele resolveu...


Continua...

Próximo cap.: 07 - Bem vindo Jaker

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Cap. 05 - Adeus Rookgaard

Naquela tarde preenchida de satisfação resolvi partir da ilha de Rookgaard e finalmente reencontrar o Actus.

 Porém.....

...Seymour já confiava em mim, o que tornou mais fácil ele me emprestar alguns dos velhos livros da biblioteca, o acompanhei até o fundo e em uma pratilheira lotada de livros quase no mesmo lugar onde ele havia pego o livro sobre as criaturas,  ele pegou os quatro aparentemente mais antigos, com as capas quase despencando, rasgos nas beiras e um forte tom amarelado, assoprou-os e ao mesmo tempo tossiu, deu umas pequenas palmadas em um de cada vez e olhou para mim com um olhar desafiador e finalmente estendeu suas mãos em minha direção, entregando os livros. Guardei na mochila aqueles livros maltratados pelo tempo e fui até o meu querido poço e um por um fui lentamente sugando todas aquelas informações ali disponíveis.

O primeiro livro falava: 
"Os druidas: Druidas concentram-se nas magias de natureza e adquirem grandes poderes de cura. Eles também são adeptos ao uso de alguns feitiços ofensivos e protetores."

O segundo:
"O feiticeiros: Os feiticeiros são mestres da magia. Eles possuem um enorme arsenal de feitiços de proteção e destruição."

O terceiro:
"Os paladinos: Paladinos são grandes arqueiros e também suas lanças dificilmente erram seus alvos. Eles são capazes de lançar alguns feitiços menores de cura e proteção."

O quarto:
"Os cavaleiros: Os cavaleiros são incomparáveis no combate próximo. São mestres na maioria das armas e escudos. Um cavaleiro experiente pode infligir enormes danos, mesmo com as armas menores"

Logo depois de ler todos esses livros, mas ainda indeciso, eu fui encontrar com Katdeen que também já estava preparada para partir de Rookgaard, algo me dizia que ela já estava totalmente decidida em qual se especializar, mas o e Jaker?  Ele ainda estava se recuperando e não era experiente o suficiente para abandonar a ilha, mesmo assim fui até ele deixar os livros para que pudesse decidir. O que será que o Jaker iria escolher?

Fui até o moinho que era onde o Jaker estava, chegando lá entreguei o livro a ele e disse que iria partir, ele então respondeu:


Jaker - "O que são esses livros, Mur?" - Com um olhar intrigado.

Murlock - "Ajudar a você decidir o que escolher como profissão." - Respondo dando um leve sorriso.

Jaker - "Talvez eu seja arqueiro, e você, falou com o Seymour?" - Pergunta ainda intrigado.

Murlock - "Falei, ele ficou imensamente grato, me deu esses livros e um capacete legionário.." - Ainda sorrindo.

Jaker - "Acho que depois de tudo o que passei, eu mereço ter esse capacete, não acha Murlock?" - A expressão facial dele já mudou.

Murlock - "Não entendi, o que quis dizer com isso?" - Inocentemente eu questionei.

Jaker - "Você vai me dar o capacete ou não?" - Aumentando o tom de voz com um pouco de raiva.

Murlock - "Eu te dou esse capacete, mas já não basta a cabeça do Urso que quase te matou?" - Ainda sem entender completamente.

Jaker - "Relaxa cara, não quero mais capacete nenhum, você vai partir sem mim?" - Visivelmente irritado.


Nesse momento eu ainda sem entender muita coisa, apenas tirei meu capacete e entreguei para ele, que se recusou a pegar, eu insistindo que o pegasse, até que ele deu um tapão no capacete jogando longe e gritou que não precisava e com um tom ameaçador disse que nos encontraríamos em Mainland. Perguntei se ele iria pegar o capacete que zuniu longe, veio uma resposta singela e grossa: "NÃO!". Rapidamente meu sangue subiu! Fiquei perplexo, sem acreditar e sem saber como reagir aquilo. Respirei e humildemente fui até onde ele jogou o capacete, botei na cabeça, olhei para trás e o vi sentado no chão um pouco debilitado e com as mãos em um balde de água, pronto para molhar seu rosto. Então muito triste eu fui embora seguir meu caminho.



O dia estava quase terminando e o sol já não aquecia tanto, me encontrei com a Katdeen e resolvemos finalmente partir juntos para o grande continente. Ficamos assustados quando descobrimos que O Oraclo era uma estátua mágica e poderosa, que ficava numa bela sala encima da biblioteca, iluminada com algumas bacias com carvões em brasas e com um tapete luxuosíssimo e vermelho no centro, muito respeitada por todos que passaram por Rookgaard, era ela que liberava nossa passagem para o grande continente, ela que nos dava o dom da profissão que a gente escolhesse. Enquanto Katdeen falava com O Oraclo eu fiquei observando aquela escandalosa estátua não era capaz de falar, ela APENAS GRITAVA! Com um tom intimidador. 


Ela foi para a cidade de Thais, disse que tinha conhecidos lá, então eu resolvi me juntar a minha amada arqueira (coisa que obviamente ela não sabia, porém acredito que desconfiava). Era minha vez de falar com a estátua! Finalmente precisava decidir o que aprender, de tudo que li eu achei interessante a questão da feitiçaria, porém eu estava apaixonado em manejar minha Rapier e não poderia escolher alguma outra profissão para aprender que não fosse cavaleiro. Com aquele tom intimidador ela pergunta várias vezes se eu tenho certeza de tudo, até o momento que proferi o último "sim"

Instantaneamente ganhei uma passagem para a cidade de Thais, abrindo meus olhos e me encontrando em um templo gigante, bem maior que de Rookgaard. Lá havia um outro monge também vestido com uma enorme batina marrom e mau cheiroso, chamado Quentin, dizia não ter trabalho e viver apenas para os deuses, questionei sobre os deuses, ele apenas respondeu apontando para os céus e abrindo os braços como um redentor: "Eles criaram o universo e toda vida nele"Ao parar para conversar com Quentin, Katdeen já havia sumido da minha visão, ela saiu pelo enorme portão em direção ao norte, me despedi do monge e fui em direção ao portão, avistando e reparando tudo ao meu redor, um pequeno jardim, um chão de pedras que parecia da ilha de Rookgaard.

Bastou dar apenas alguns passos e vejo Katdeen correndo desesperadamente em minha direção, trazendo consigo um som estrondoso de passos no chão, um altíssimo barulho como alguém andando descalço, sentindo o chão tremer levemente ficando cada vez mais intenso e segundos depois surge um enorme e musculoso braço na esquina da rua, logo revelando-se por completo, era um humano gigante com apenas um olho, um penteado de rabo de cavalo, usando uma pequena vestimenta tampando suas partes intimas e segurando um martelo de batalha, ele vinha a passos longos e rápidos, balançando tudo ao seu redor e assustando todos, era algo realmente assustador! Katdeen estava ilesa, porém totalmente amedrontada, chegou perto de mim me dando um abraço, soluçando de tanto chorar e com uma expressão facial que eu nunca tinha visto antes naquele lindo rosto. Não tínhamos opção do que fazer, aquela enorme criatura desconhecida estava vindo em nossa direção e por algum motivo eu sabia que meu escudo não seria capaz de defender enorme tamanho!



Ele jogou o martelo para trás e mirou a gente....


Continua...

Cap. 06 - Recepção calorosa!


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Cap. 04 - Ajude o Seymour (2)

... Deixamos aquele orc amarrado poupando a vida dele, exaustos da batalha que fizemos a instantes atrás, nós aproveitamos a fogueira, apagamos as tochas, nos hidratamos e nos alimentamos com alguns peixes e pães com a intenção de nos recompor, pois segundo Katdeen, o que estava por vir seria imensamente mais intenso e muito mais perigoso.

Os minutos se tornaram horas, afiamos nossas armas e sentimos que estávamos prontos para continuar, seguimos adiante naquela caverna, o clima estava ficando mais tenso, podia ver que Jaker e Katdeen estavam nervosos, com inúmeras gotas de suor em suas cabeças, escorrendo pelo pescoço e levemente umedecendo suas roupas. Acendemos nossas tochas e encontramos mais outra escada que nos dava acesso ao andar de baixo, descemos cuidadosamente para que não houvesse qualquer alarde com a esperança que seja o que esteja por vir, estivessem distraídos.

Era um corredor largo com variações de espaçamento ficando estreito e largo, o chão voltava a ter lamas e vimos algumas pegadas diferente das dos orcs, era algo como pequenas patas de algum animal que usasse ferradura.



Fomos obrigados a virar na curva que encontramos mais a frente, olhamos o cenário com extrema atenção, em um canto haviam dois barris deitados com torneira próximos à um buraco escuro no chão, uma fogueira exatamente no centro daquela enorme sala, quatro pedras ao redor dela, três orcs estavam sendo liderados por uma criatura totalmente nova para todos nós, algo que só tínhamos ouvido em boatos e histórias folclóricas, que se concretizaram naquele momento. Era um ser meio humano meio touro, havia um tronco musculoso com fortes pares de braços terminando em mãos humanas e peludas, as pernas eram torneadas como de um homem atleta, a cabeça dele era semelhante a de um touro, com as narinas largas e um par de chifres em excelente estado, não tinha pés, tinha patas e era como de cavalos com ferraduras, empunhando uma clava idêntica ao que Jaker estava usando.



Os orcs estavam sentados nas pedras ao redor da fogueira e o touro humano em pé, para nosso azar, eles estavam atentos à qualquer coisa que surgisse. O homem touro já parecia saber que estávamos ali, esperando o momento certo para dar as ordens aos orcs.

Nós três escondidos observando-os quando de repente Jaker ergue sua clava e sai gritando, correndo em direção à eles, hãn? Os três orcs se levantaram assustados, o minotauro guardou a clava dele na cintura, cruzou os braços e despretensiosamente e lentamente ele caminhou até a parede onde se encostou, com um sorriso sarcástico no rosto, assistindo a batalha que estaria por vir e coordenando os orcs.

Os três orcs cercaram o Jaker, cada um com um machado e escudo, o primeiro golpe foi efetuado de cima para baixo, Jaker ligeiramente suspendeu seu escudo bloqueando o primeiro ataque e como o reflexo de um gato o Jaker logo defendeu o segundo ataque que veio na sequencia de forma circular lateral, porém incapaz de defender o terceiro ataque, tomou uma forte machadada no peito, fazendo uma enorme ferida e o derrubando. Eu não estava acreditando no que via, Jaker havia ficado completamente louco e aquela loucura poderia lhe custar a vida. O primeiro orc ia atacá-lo novamente quando eu saí correndo para evitar, consegui usar meu escudo para empurrar o orc, agarrei o Jaker pela roupa e arrastei-o, afastando daquela batalha, gritando de dores, ele estava sangrando muito! Quando de repente ouço um som rapidamente atravessando meus ouvidos e causando um pequeno vento, "Zarp", uma flechada certeira na testa de um orc, olhei para trás e vi Katdeen como nunca, a expressão facial de quem estava totalmente consciente e concentrada no que estava fazendo com um leve sorriso de satisfação, o orc com a flecha fincada na testa desajeitadamente encontrou-se com o chão, espirrando sangue na roupa dos outros dois que deram alguns passos para trás, o minotauro descruzou os braços, fez uma cara de espanto e ao mesmo tempo gritou algo incompreensível, o que fez com que os orcs avançassem em nossa direção. 

Suando muito frio, por um momento eu fiquei indeciso sem saber que atitude tomar, foi aí então que soltei o Jaker no chão, pedi para que Katdeen arrastasse-o para mais distante, puxei minha Rapier e fui de encontro aos dois orcs. Defendi com meu escudo o ataque circular na altura da minha garganta e ao mesmo tempo contra-atacando com um chute frontal na boca do estomago, desequilibrando o orc e o jogando de bunda no chão, antes que o segundo me atacasse, eu consegui acertar minha Rapier no antebraço dele, fazendo que o mesmo largasse o machado e o escudo, levando a mão até o ferimento, antes que eu o finalizasse o minotauro resolveu agir! 
Enquanto um orc se levantava e o outro fugia, o minotauro empunhou sua clava, bufando muito ele olhou em nossa direção com um olhar tanto quanto determinado e irritado, vigorosamente arranhou o chão cinco vezes com uma de suas patas, pegando um impulso e vindo com uma velocidade surpreendente para minha direção, abaixou a cabeça assim apontando e preparando os chifres para uma penetração, assustado, eu rapidamente forcei minhas pernas contra o chão, ergui meu escudo esperando aquela fera finalmente chocar-se contra mim, ele me acertou em cheio! Ferindo meu peito direito, vi que um dos chifres perfurou meu escudo, assim deixando a cabeça dele presa, eu sentindo uma dor enorme, o outro orc já estava em pé e vindo em minha direção, desesperadamente eu olhei para trás, vi Jaker gritando de dor e perdendo muito sangue e a Katdeen se preparava pra atirar uma flecha, ela respirou fundo, fechou os olhos e soltou a corda do arco, tentei acompanhar a flecha com meus olhos, apenas ouvi antes que pudesse ver ela acertando o coração do orc que desmoronou caindo com metade do corpo sobre a fogueira. Lancei um ataque contra o minotauro agarrado no meu escudo, com um golpe lateral eu consegui atravessar o braço dele e acertei o torço com minha Rapier, grunhindo de dor instantaneamente ele balançou a cabeça para os lados conseguindo arrancar o escudo da minha mão, logo em seguida finalmente se livrou por completo do escudo, rodou a clava que estava segurando e em passos curtos e lentos veio em minha direção, pintando um enorme rastro de sangue pelo chão, a poucos metros de mim eu me arrependi amargamente naquele momento de ter aceitado essa missão para Seymour, eu antecipadamente já sentia gosto da morte quando ouço a Katdeen gritar: "MUR, SE ABAIXE!!", sem olhar para trás eu apenas obedeci aquele comando e "Zarp" novamente, porém rodando sua clava o minotauro conseguiu se defender com uma habilidade e reflexo implacável, eu abaixado mesmo recuei enquanto Katdeen atirou outra flecha e mais uma vez o minotauro defende-se da mesma forma, nada parecia adiantar, olhei para trás com um olhar totalmente sem esperança e assistindo a ela preparando outra flecha para atirar, mas diferente da outra vez, ela estava abaixando a mira, respirou fundo, fechou os olhos e "Zarp", apenas ouvi o barulho do minotauro mergulhando no chão, a Katdeen genialmente acertou uma das patas dele, derrubando-o de frente como quem estava caindo em posição de flexão, empunhando minha Rapier eu dei um salto levantando rapidamente para aproveitar aquela brecha, o minotauro largou sua clava no chão para se levantar mais de pressa, tudo parecia acontecer lentamente, eu correndo em direção a ele com a Rapier erguida e ele se levantando desarmado, antes que ele se levantasse eu felizmente acertei o abdômen  dele, enfiando quase que por completo minha espada o derrubando no chão como uma arvore recém cortada. 

Fuçamos os corpos mortos, achei um pouco de ouro, peguei um escudo de placas de cor amarelada e a clava do minotauro. Katdeen já estava sem flechas, Jaker havia bebido uma pequena porção de saúde, o que lhe havia garantido a vida e eu sentindo enormes dores no peito, além de fome e cansaço ainda estava a seguir em frente, assim encontrando o orc que havia fugido, ele estava embaixo de uma mesa em frente a uma cama logo numa outra ali perto, sem dó e piedade, não poupei a vida deste, pequei pelos pés e ele desesperadamente tentava se soltar, grunhindo não tão grosso e grave como antes. Para estrear minha clava, dei duas rodadas e acertei a cabeça dele em cheio, pitando o chão com borrões de sangue com enfeites de massa encefálica. Finalmente do lado de uma alavanca próximo a mesa achei o baú onde havia a caixa de presente, umas garrafas de água, pratos e copos. 

Pronto para voltar para cidade eu ouço um baixíssimo e quase imperceptível grunhir bem familiar, parecia ser o ronco de alguma criatura e vir de um estreito corredor a direita com uma enorme rocha no final. Por um momento eu cheguei a imaginar que fosse ele, o Urso!

Fui até Katdeen que estava cuidando do Jaker e peguei a picareta com ela, sem nenhum sucesso por inúmeras vezes tentei quebrar a pedra usando a picareta. Desanimado eu voltei até a Katdeen e falei o que havia acontecido, ela tardiamente respondeu que talvez soubesse como mover a pedra, entreguei a picareta a ela, que saiu andando em direção a sala com a mesa, a cama, o baú e a alavanca. Como se estivesse ali alguma vez antes, puxou a alavanca removendo a rocha, liberando o acesso de uma porta trancada a chave, ao lado da quina da mesa em frente a cama, ela bateu com a picareta algumas vezes no chão e aos poucos foi abrindo um buraco no chão, ela acendeu a tocha e desceu, menos de um minuto depois ela subiu segurando uma chave e me entregando a mesma e disse: "Agora é com você, estou sem flechas e o Jaker precisa de mim".


Andei com extrema ansiedade em direção a porta, respirei fundo antes de encaixar a chave, quando abri tive uma enorme surpresa! Lá estava ele! O maldito Urso! Deitado com a cabeça em cima de uma grade de bueiro, as suas pálpebras peludas se ergueram juntamente com as orelhas que rapidamente acusaram minha presença. Como se não estivesse dormindo, levantou com uma disposição monstra de quem avistava uma delicioso pedaço de bife. Eu só conseguia pensar no dia em que ele quase matou o Jaker, minhas mãos começaram a tremer e suar de tanta raiva, ergui minha Rapier, ele pulou em minha direção e antes que chegasse em mim saltei para o lado dando um pequeno olé nele, porém de nada adiantou, com as quatros patas no chão ele acertou minha perna esquerda e ao mesmo tempo abrindo a boca na minha direção com uma clara intenção de me abocanhar, consegui botar meu escudo na frente do focinho dele e contra-ataquei com minha Rapier, acertando uma de suas orelhas que caiu no chão o deixando enfurecido, lançou uma sequencia de patadas, por mais que eu defendesse as patadas, as unhas dele sempre me acertava, o chão já estava totalmente tomado de sangue e eu precisava dar um fim naquilo de uma vez por todas, até que em um momento de descuido ele pulou em cima de mim e minha rapier caindo ao meu lado, o que aconteceu com o Jaker se repetia, ele ficou me farejando, lambendo os enormes e escuros lábios, babando sobre meu rosto e eu tentando alcançar minha espada, mais uma vez tudo parecia acontecer lentamente, até que com as pontas do meus dedos eu consegui trazer minha espada para meu alcance, a segurei firme e finquei no pescoço peludo dele, uma cachoeira de sangue jorrou no meu rosto e aquele urso pesado caiu morto sobre mim,  naquele momento eu senti mais uma vez uma sensação maravilhosa de saúde e vigor, eu fiquei um pouco mais experiente. Extremamente cansado com muito trabalho joguei o urso morto de lado, peguei minha rapier e cortei por completo a cabeça dele para entregar ao quase falecido Jaker.


Naquela sala mesmo achei em alguns baús uma armadura revestida de correntes, um capacete de bronze, 12 flechas e uma pequena pilha de ouro.

Já a noite e muito tarde, Katdeen e eu arrastamos todos os corpos para a sala onde estava o urso, trancamos a porta e decidimos passar a noite ali mesmo aproveitando a fogueira e água aquele cenário nos fornecia. 


Logo de manhã voltamos para cidade e a primeira coisa que fiz foi procurar pelo Sr Seymour e entregar a tão desejada caixa! O mesmo com um enorme sorriso no rosto e uma expressão de alívio, me agradeceu imensamente e me dando um capacete mais resistente que o de bronze, disse também que eu já era experiente o suficiente e estava hapto a abandonar Rookgaard e escolher qual profissão aprender e que eu precisava falar com O Oraclo que ficava no andar de cima.







Próximo cap: 05 - Adeus Rookgaard














terça-feira, 1 de novembro de 2016

Cap. 03 - Ajude o Seymour

Passaram-se um pouco mais de um mês até que o Jaker se recupera-se, nesse tempo eu fiquei mais experiente e Actus havia partido de Rookgaard para o continente de Mainland.


Jaker mais do que ninguém almejava vingança! Nós não sabíamos onde encontrar o maldito Urso, perguntei a diversas pessoas e sem sucesso não consegui uma informação se quer, nós já estávamos quase desistindo de nos vingarmos, até que então eu conheci o Senhor Seymour, o bibliotecário.


Ao entrar na biblioteca eu fiquei admirado, tantas estantes com tantos livros, não sabia por onde começar a minha pesquisa. O Sr. Seymour é um ruivo antipático que odeia ratos, vestindo suas roupas azuis, ele foi enviado à Rookgaard apenas para trabalhar na biblioteca, perguntei-o se ele sabia onde eu poderia encontrar algum Urso, ele me disse  que eu poderia achar alguma coisa em um dos livros da biblioteca, porém antes eu deveria fazer missão para ele, que era pegar uma caixa adequada e entregá-lo, pois ele gostaria enviar um presente para o Rei Tibianus, em troca ele emprestaria o livro e daria uma boa recompensa. Sem pensar duas vezes eu dei minha palavra, prometi que acharia uma caixa agradável para ele, então ele começou a andar lentamente e foi mais a dentro da biblioteca, pegou um livro na prateleira do meio do último armário do lado esquerdo, assoprou a poeira, tirou as teias de aranhas e me entregou o livro.

Abri aquele velho e empoeirado livro, suas páginas eram frágeis e amareladas, no livro continha anotações descritivas de inúmeras criaturas existentes naquela ilha, folheei bastante e finalmente encontrei a página em que falava dos Ursos: "Ursos são difíceis de abater! Tenha isso em mente antes de desafiar um. Se você é inexperiente e não possui bons equipamentos, retirar-se é a melhor tática a escolher. Melhor forma de mata-los é ter um pequeno grupo de caça e use o terreno para sua vantagem."  


Continuei sem saber onde encontrar o Urso, porém eu tinha uma missão para realizar, mas também não fazia ideia onde encontrar uma boa caixa para Seymour, eu estava totalmente perdido.


Naquela tarde eu atravessei a ponte do norte totalmente a esmo, eu precisava esparecer e pensar numa boa desculpa para dar ao Seymour. Fui até o topo da montanha do norte, encontrei algumas aranhas assim que subi a montanha, viera me atacar, ergui minha Rapier e dei apenas um golpe em cada, fincando a ponta da minha espada na cabeça de cada uma delas, cheguei até o topo, sentei naquele chão gosmento e pendurei minhas pernas na beirada sentindo uma tranquila brisa...



Lá de cima eu avistei ao oeste do outro lado do riacho uma menina correndo de uma alcateia, ela estava sangrando muito, muito ferida com inúmeras mordidas de lobos nas pernas, capengando quase caindo! Desci a montanha mais que depressa com a intenção de ajuda-la. Chegando ao térreo empunhei meu escudo de madeira, saquei minha Rapier e tentei o máximo assustar aqueles lobos famintos fedidos a morrinha canina, a ajudei a subir a montanha a deixando segurança. Prontamente ofereci uma garrafa d'água e alguns pães, e ela suada, toda ensanguentada e com um sorriso encantador, ajeitou os belos cabelos loiros e cacheados, sem pestanejar aceitou, logo em seguida eu me apresentei e ela também, naquele momento conheci a Katdeen.




Ela dizia estar voltando da caverna das aranhas que existe ao extremo oeste da parte norte da ilha quando foi surpreendia por tantos lobos que não conseguia acerta-los. Salvei a vida dela e ela ficou totalmente agradecida, ela disse que iria me presentear. Confesso que depois de tudo aquilo que tinha acontecido eu já tinha esquecido minha missão com Seymour. Obrigado ou não Katdeen por me lembrar. Intrigado perguntei como ela pretenderia me presentear, ela disse que sabia onde conseguir uma caixinha bonitinha de presente, fiquei animado e perguntei mais sobre, logo fiquei desanimado, disse que era perigoso e haviam muitos Orcs naquela região. Orcs? Pequei o livro que o Seymour me deu, e procurei pelos orcs, logo nas primeiras páginas já encontrei: "O orc pele verde é inteligente e capaz de usar armas e armaduras. Eles são guerreiros de algum poder e muito perigosos em maior número. Temos a sorte de não ter encontrado qualquer um dos orcs mais perigosos como guerreiros ou furiosos sobre esta ilha.". Aquilo me deixou assustado e ao mesmo tempo excitado, pedi para que Katdeen me desse as coordenadas de onde achar aquela caverna, enfrentar os orcs e concluir minha promessa a Seymour de uma vez por todas, ela como recompensa por eu ter a salvado decidiu então ir comigo.

Alguns dias depois ela já estava recuperada. Tivemos tempo suficiente para estocarmos alimentos, bastante água e até frascos pequenos com porções de vida. Esperamos o dia nascer e bem cedo lá fomos nós, Jaker, Katdeen e eu, nessa busca desafiadora! Entramos na masmorra das ruínas, Jaker acendeu a sua tocha, Katdeen preparou seu arco e flecha e eu fui na frente com meu escudo de madeira, nós fomos mais afundo naquela caverna fedorenta a Troll, e pela escada que eu havia passado uma vez, nós descemos, assim que descemos reparamos que a caverna já era bem diferente, não era mais um terreno com tanta lama, o cheiro não era tão podre,  porém ainda sim horrível, um cheiro um pouco tanto que familiar de cecê e mau hálito, de longe ouvimos uma linguagem desconhecida, eram vozes grossas, em timbres extremamente graves, era assustador! Os grunhidos eram diferentes de todos que eu já ouvi, na escuridão da caverna podíamos avistar olhos vermelhos brilhando, será que eles tinham visão noturna?



Percebemos que era uma dupla de orcs, nós aparentemente estávamos em vantagem, mas os orcs não são como Trolls, eles são inteligentes e possuem equipamentos apropriados para batalha, minhas mãos estavam suadas e tremulas, porém eu estava animado com a batalha que estava por vir! Fomos lentamente chegando mais perto, eu na frente, Jaker ao meu lado e Katdeen logo atrás. Os orcs lentamente vinham também em nossa direção, vestidos com armaduras e calças cravejadas, um deles estava segurando um machado o outro uma sabre, com aquela pele esverdeada, nariz enormes e dentes para fora da boca, um maxilar quadrado, pareciam estar analisando a gente, olharam nós três atentamente de cima a baixo, viram nossas armas, farejaram fundo sentindo nosso cheiro, um deles apontou para nossa direção, virou o rosto para o lado direito em direção a um corredor cheio de pedras no teto e na parede e gritou  "Grak brrretz!",  não sei o que significa, mas algo me diz que estavam pedindo reforços!


Antes que eles tomassem qualquer atitude, sinalizei para que Katdeen lançasse a primeira flecha, Jaker sinalizou a Katdeen para esperar, mas no mesmo instante os orcs pareciam ter entendido o que eu havia feito, ergueram suas armas e vieram para cima de mim, os dois na minha direção, pareciam sincronizados, me atacaram quase ao mesmo tempo, pulei pra o lado desviando da machadada e bloqueei o ataque da sabre com meu escudo que rachou e soltou algumas lascas de madeira, Jaker nesse momento ficou sem ação e assistindo tudo que acontecia, Katdeen rapidamente lançou sua flecha, ela errou os orcs e certou na minha panturrilha! Continuei na batalha mesmo mancando, os orcs estavam soltando muita baba, aquelas babas gosmentas, consistentes e esverdeadas cheirando a estrume. Usando meu escudo eu consegui empurrar um dos orcs para trás do outro de forma que eles ficassem enfileirados, Jaker continuava parado apenas olhando e com muito suor na cabeça, Katdeen respirou fundo e lançou a segunda flechada, acertando o olho esquerdo do orc que estava na minha frente, ele largou a sabre e o escudo, levou as duas mãos no seu rosto, foi minha brecha, enfiei minha espada entre a armadura e o queixo quadrado dele, acertando a garganta! Instantaneamente ele caiu no chão se tremendo todo, criando uma enorme poça de sangue no chão, o segundo orc foi para cima de Jaker, preparando o machado para golpear-lo lateralmente na altura da cintura, eu entrei na frente defendendo com minha Rapier, acertei meu escudo no nariz de batata dele, Katdeen lançou uma flecha no peito dele, o Orc virou de costa e tentou correr, nesse momento Jaker parecia sair do transe, me olhou de cara feia e me uma ombrada me jogando meio que de lado e saiu correndo atrás do orc,  acertou sua Clava na cabeça dele, afundando o crânio. Arranquei a flecha que Katdeen me acertou e fuçamos os orcs mortos, peguei a armadura e o escudo de um deles, Jaker pegou as coisas do outro.

Bebemos um pouco d'água, nos alimentamos, limpamos nossas armas, fiz uma pequena compressa no meu ferimento e seguimos em frente encontrando uma bifurcação, Katdeen nos orientou a entrar no caminho ao leste, descemos na escada que lá tinha, reparamos que era uma enorme sala com uma tábua grande exatamente no centro, vimos algumas fogueiras e esteiras improvisadas para dormir, haviam mais quatro orcs! Todos os quatros estavam dormindo, um em cada esteira, pensamos em uma estratégia e furtivamente cada um de nós foi em direção a um, logo sobraria um orc vivo, contamos até três e agimos! Katdeen chegou bem perto, preparou sua flecha e acertou em cheio a cabeça de um, sem chance de defesa, Jaker sacou uma faca de combate e cortou a garganta do outro e por último eu me aproximei do terceiro Orc que dormia de barriga para cima, enfiei minha Rapier no coração dele, fatal! O quarto Orc acordou, ele estava desarmado, tentou correr em direção ao seu machado, porém Jaker já estava lá, inteligentemente ele se rendeu, ajoelhando-se, o amarramos e amordaçamos,  deixamos preso à tábua....


Continua...

Próximo cap: 04 - Ajude o Seymour (2)




sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Cap.: 02 - O humanoide marrom

Bom, ontem, assim que acordei, me alonguei bastante, afiei minha Rapier na ponta do poço onde eu estava encostado. Bebi bastante água dali mesmo e fui explorar mais a fundo aquele bueiro seboso. Já havia melhorado minha habilidade em manejar espadas, estava relativamente fácil enfrentar os ratos sozinho, até o momento em que ao descer mais alguns andares, eu encontro um rato mais rechonchudo, mais escuro, um pouco maior.. parecia um rato de caverna mesmo, aqueles bem primitivos. Eles eram um pouco mais forte, mas me davam mais experiência ao mata-los. Ontem mesmo eu consegui alcançar meu level 3.

Tom o curtidor, Rookgaard
Por falar em ratos, hoje descobri um comerciante maluco que compra ratos e outros bichos mortos, o quê? Pra quê ele compra bichos mortos? Enfim, O nome dele é Tom, conversei bastante com o Tom,  ele disse que compra para tirar a pele, disse também que um velho aventureiro costumava guardar alguns itens perto de um papel estranho pendurado na parede do subsolo do estábulo que fica exatamente em frente a loja dele. Fui até lá pra dar um confere, era uma sala bem pequena, tinha um jarro abandonado por lá e um rato, matei o rato facilmente e já avistei a parede com o papel pendurado, voltei no Tom e perguntei o que deveria fazer, logo descobri que embaixo de uma tábua solta no chão havia um vestimento melhor que a minha Jaqueta, era um tecido de dupla costura de cor vermelha, eu tinha adorado aquela nova roupa! Me sentia um pouco mais seguro a vestindo. Depois passei na loja dele para agradecer e vender mais alguns ratos, inclusive acho que ele tinha perguntando se eu tenho dó dos ratos, não cara, não tenho! Eles me atacaram!

OK, level 3, com uma vestimenta melhor, já sei manejar minha espada com mais facilidade, estoquei alguns alimentos, peguei bastante água e lá fui eu atravessar a ponte do norte que o Jaker havia me dito. Passei por um guarda com uma roupa toda de cor cinza chamado Dallheim, conversei rapidamente com ele que se prontificou para ajudar se necessário, dizendo que tinha poderes de salvar os mais necessitados. Desci a escada da ponte e vi que o  ambiente já era diferente, já não havia tanto cimento no chão, o caminho era marcado com terra batida pela constante passagem de pessoas. Havia uma plantação de trigos bem próximo dali, a plantação estava se movendo e vinha um barulho de lá "Zzzzzzt", me aproximei para verificar e eis que surge um bichinho comprido de cor verde e com a linguinha de fora, me deu um bote com seus dois dentinhos afiados e me envenenou, porém era bem fraco o veneno dele. Foi suficiente usar minha Rapier apenas duas vezes para mata-lo e continuei em direção ao norte. Encontrei um outro explorador próximo a uma montanha, ele estava level 7 matando um inseto meio redondo com uma casca grande em cima do corpo. Assim que o ajudei a matar o besourinho, avistei um buraco no chão, curioso que sou, botei a caroça pra ver o que havia em baixo e TCHARAM! Sem querer eu caí lá em baixo, rapidamente acendi minha tocha e vi que era uma caverna cheia de pedras, um leve cheiro típico de percevejo, já vinham dois besouros na minha direção, eu tava apanhando bastante incapaz de me defender por completo, já ficando fraco demais quando reparei e fiquei desesperado, CARA, CADÊ A ESCADA PRA SUBIR? De onde eu estava, eu berrei por socorro e ajuda, o carinha level 7 gritou lá de cima dizendo que eu precisava de uma corda pra subir, puts, como consigo uma corda? Os besouros me batendo e eu já ficando muito fraco, quando ele disse: "Rapazinho, fica onde há claridade, vou jogar uma corda, você segura e assim eu posso puxar você aqui para cima!". Feito, agarrei firme, ele puxou e felizmente cheguei ao térreo são e salvo, que sufoco! Esse cara é gente boa, hein. Se não fosse ele, onde eu estaria agora? Depois disso tudo, perguntei o nome dele, ele respondeu Actus.

Ele me explicou que não era bom pular nos buracos sem antes ter uma corda na sacola e também perguntou se eu queria me juntar a ele, porque onde ele estava indo era totalmente conveniente pra mim, lá tinha Trolls e matando-os era uma forma de conseguir a tal corda, pois estes sempre andavam com cordas.

Um pouco mais ao norte, bem próximo dali, nós encontramos uma construção em ruínas, descemos na masmorra que lá havia, acendemos nossas tochas e reparei que o terreno por lá era bem assemelhado ao do bueiro, porém o cheiro era diferente, jamais imaginava que havia um cheiro pior que o bueiro!  Actus e eu fomos a fundo na caverna, andamos por alguns minutos e já podíamos ouvir uns sons bem baixinho "Gruntz!".  Passamos por uma escada que dava acesso para o andar de baixo e seguimos em frente, cada vez mais a masmorra ficava mais apertada, apagamos nossas tochas e sorrateiramente, ainda escondidos nós avistamos um grupo de Trolls, eles tinha forma de humano, pelos de cor marrom por todo corpo, os cabelos um pouco avermelhado. Eram em três, dois sentados no chão perto de uma fogueira improvisada e um escorado na parede da caverna um pouco mais distante, e agora? Eram três contra dois, porém Actus teve uma ideia maravilhosa, jogou uma pedra atraindo a atenção deles, um deles se levantou e veio checar o ocorrido, empunhando um porrete com ferros na ponta, veio lentamente na nossa direção,  o Actus conseguiu empurra-lo sem que ele visse, afastando mais ainda dos outros dois Trolls! Genial! O Troll rapidamente se virou e com seu porrete e atacou-o, Actus conseguiu se defender usando o escudo e revidou com um machado de mão, assim que  o Troll deu uma brecha eu entrei em ação, acertei minha Rapier em um dos braços dele, ele furiosamente se virou pra mim e jogou o porrete no meu ombro esquerdo, que dor! Actus o finalizou pelas costas cortando a garganta dele, consequentemente eu senti aquela sensação maravilhosa de novo. Level 4, que maravilha de coisa. Fuçamos o corpo dele e achei a bendita corda que eu procurava entre outras coisas boas, um elmo e par de botas de couro e por último um útil escudo de madeira.
Troll, ilustração


Depois de matar esse humanoide marrom, nós já estávamos com fome e sede, resolvemos ir embora da masmorra, do lado de fora já estava frio e quase anoitecendo, no caminho voltando para cidade esbarrei com meu grande amigo Jaker muito debilitado, ele estava sendo perseguido por um Urso, uma assustadora criatura gorda com patas enormes, unhas afiadas e dentes tenebrosos, pelos bonitos de cor marrom escuro, grunhindo ferozmente com sangue nos olhos e faminto por presas, mais que de pressa eu e Actus partimos para cima do Urso, chamamos sua atenção para que Jaker pudesse escapar, porém o Urso desviou da gente e saltou em cima do Jaker, o derrubando e ficando por cima dele, no exato momento em que Urso ia morder-lo, Actus conseguiu encaixar o escudo na boca do bichano, confesso que nesse momento eu fiquei perplexo, totalmente sem reação! Actus chutou o Jaker para longe do Urso e bravamente com seu bendito machado cortou uma das patas dianteira do urso que saiu correndo em direção à floresta. Jaker estava muito doente, com os dois braços quebrados e alguns ossos de seu torço, por muito pouco ele não morreu. Corremos para cidade e atravessando a ponte o guarda Dallheim perguntou se precisávamos de ajuda e misticamente curou bem pouco o nosso querido Jaker. Obrigado seu guardinha. 

Nós três prometemos vingança contra essa besta que quase levou com ele um grande amigo, custe o que custar, vamos ter a cabeça desse urso! Esperaremos o Jaker se recuperar totalmente para ir atrás desse Urso maldito!

Já era noite, nós coletamos alguns trigos na parte de fora da cidade, pegamos diversos baldes d'água e fomos ao moinho fazer pães. Ficamos reunidos até uma certa hora e cada um foi para seu canto.



Estou exausto e preocupado com a recuperação do Jaker, porém feliz, hoje consegui achar as coisas que estava mais precisando, o escudo e corda! Já tarde da noite e eu estava indo para meu poço preferido, no caminho encontrei o Tom, que gentilmente me ofereceu a sala da casa dele para eu dormir. Obrigado Tom!! Não sentirei frio essa noite! 



Próximo Cap.: "03 - Ajude o Seymour"

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Cap. 01 - Começando do zero

Algum mês em 1997


De repente abri os olhos, eu punhava uma pequena e fraca clava, uma tocha, uma jaqueta marrom e uma maçã deliciosa, olhei ao redor e me dei conta eu estava em uma sala onde existia um rapaz, ele me contou que era um monge e era chamado de Cipfried, ele me disse que eu estava no universo Tibiano, numa ilha conhecida como Rookgaard, contou mais algumas coisas também das quais eu não fazia ideia. Ele disse que aquilo era um templo. Nossa!! Um templo, afinal, como fui parar ali? Que lugar era esse? O que é um templo???


Assim que eu saí desse templo encontrei muitas pessoas que usavam a mesma roupa que eu, hãn?? Não entendi nada, era uma gritaria, um empurra-empurra!

Eu estava me sentindo solitário, conversei com algumas pessoas e descobri que estávamos caminhando exatamente a cima dos ratos! Mas eu nunca ouvi falar nisso antes, o que será ratos? E então um cara chamado Jaker, level 4, me chamou pra ir ver-los. Disse que iria me mostrar como enfrenta-los! OK!! VAMOS LÁ!

Ele abriu uma tampa no chão, era tipo uma grade, sei lá, disse que aquilo se chamava bueiro, e ele entrou,  bem no meio da rua, eu curioso e assutado, fui logo atrás. Ao descer, olhei bem atentamente ao redor, havia uma escada para subir de volta para o térreo, um pequeno córrego em volta da gente, uma ponte, duas alavancas, uma bacia com carvão em brasas, o que nos fornecia claridade, mas mesmo assim era um breu aquele lugar e tinha um cheiro horrível! Sinto vontade de vomitar só de lembrar, urgh!

Não demorou muito tempo e apareceram umas criaturas pequenas, peludas, que pareciam inofensivas, confesso que achei até fofinhas, hahaha ratos.... Mas cara, eles começaram a nos atacar!!! E esses bichinhos mordiam forte, arranhavam, puts! A cada mordia eu me sentia mais fraco, pernas bambas, uma sensação horrível, o Jaker ficou tranquilo, com uma espada na mão e um escudo na outra, ele batia com uma certa facilidade nos ratos, até que então ele matou-os e eu não acreditei no que meus olhos viram!! De alguma forma eu percebi que ele ficava mais experiente a cada rato que ele matava, o quê??? Como assim? Continuamos andando e matamos mais alguns ratos. Até que um momento ele evoluiu seu level para 5, por um estante ele parecia ter ficado mais forte, ele era tão corajoso! Fiquei admirado por esse cara, fiquei fã mesmo, rapaz!

Fomos mais a fundo daquele bueiro nojento, matamos bastante ratos, até que então, BOOM, cara, que sensação maravilhosa, eu evoluí meu level!!! Me senti mais saudável, mais forte! Aaah!  Estou agora level 2, e detalhe, eu e Jaker fizemos uma busca a fundo, conseguimos achar uma espada para cada um! Eu achei a espada magnífica, muito mais forte do que aquela clava que eu estava usando, Rapier o nome dela! Achei essa espada fuçando um baú alguns andares abaixo do bueiro... Poucos instantes depois fiquei com fome e sede, aqueles queijos que os ratos estavam fornecendo não eram suficiente. Já estava tarde, eu queria dormir. Então voltamos à superfície. Jaker continuou sua empreitada e eu fiquei escorado num poço próximo ao bueiro... Peguei uma água dali mesmo, me aconcheguei naquele gramadinho e descansei...AAAAh cara, que jornada!! Estou exausto!

Amanhã pretendo ir até onde Jaker me convidou, atravessar a ponte para o norte, o que será que tem por lá??



 "Próximo Cap.: 02 - O humanoide marrom"